por Caroline Borges TV Press
A trama de “Rensga Hits” construiu uma conexão imediata de Mouhamed Harfouch com sua juventude. O ator, que vive o compositor Isaías na produção original Globoplay, sempre esteve envolvido no mundo da música. Inicialmente compondo de forma amadora, ele foi se profissionalizando, chegou a montar bandas, lançou canções em plataformas de áudio e ainda carimbou uma passagem na competição musical entre famosos “Popstar”, que foi ao ar em 2018. “Olha quanta coisa legal a música me trouxe. Sempre estive transitando entre a atuação e a música. Quando recebi o convite para o Isaías, foi uma celebração para aquela criança que sempre compôs com violão”, afirma.
Na nova leva de episódios, Isaías está sofrendo nas mãos da amada Gláucia, papel de Lorena Comparato. A cantora segue se relacionando com o compositor às escondidas. Não à toa, o primeiro hit da dupla com Raíssa, de Alice Wegmann, é “Detox de Macho”, um hino sobre deixar a pessoa errada para trás. “Ele é um personagem que está errado muitas vezes, mas é apaixonado e romântico. Então, a composição é um meio para sobreviver financeiramente, mas também afetivamente”, defende.
P – Após pouco mais de dois anos, as gravações da segunda temporada de “Rensga Hits!” foram retomadas. Como foi essa reconexão com o Isaías?
R – Me conectar com toda a aura do Isaías não foi complexo. Mas tem toda a questão do sotaque e essa imersão no universo sertanejo. Gravamos a primeira temporada toda em Goiânia. E foi algo totalmente diferente porque ainda estávamos em pandemia e tinha todas as questões do isolamento. Então, toda essa imersão deu uma liga forte entre o elenco. A gente criou uma unidade. Na hora de atuar na nova temporada, toda essa ligação veio à tona. Mas algumas preocupações rondavam minha cabeça nessa segunda temporada.
P – Como quais?
R – Eu pensava muito como seria retomar um personagem. Era uma preocupação real minha. É o primeiro personagem que faço em sequência e volto à cena com mesmo papel. Espero que o público goste da forma como fui construindo essa trajetória ascendente do Isaías. Revi toda a primeira temporada e fui percebendo as mudanças e o crescimento do personagem. Ele teve um amadurecimento. Começa machista e homofóbico, mas vai se transformando. Ninguém fica igual após alguns anos. É um arco de crescimento.
P – Após lançamento no streaming e na tevê aberta, o sucesso de “Rensga Hits” chegou a surpreender você?
R – A gente sempre soube que tinha um projeto especial na mão. Nem acho que a grande chave do sucesso de “Rensga” seja a música. A série conseguiu captar e comunicar a alma e o sonho de todo brasileiro de vencer. Traz toda essa história das mulheres que revolucionaram a música sertaneja. Tem um cosmo de personagens muito ricos e interessantes.
P – Nos últimos anos, você tem sido figura constante nas mais diversas produções no streaming e na tevê. Os convites têm sido irrecusáveis?
R – O nome disso, na verdade, é boleto. Bancar boletos, dois filhos para criar e escola não é barato (risos). Estou exagerando, mas acho que sou muito felizardo pelas oportunidades que tive. Foram muito instigantes. Estou sempre tentando abrir meu horizonte. Faço série, novela, musical... A música, inclusive, é muito presente na minha vida. Olha quanta coisa bacana a música me trouxe. Com certeza, “Rensga” foi uma oportunidade que surgiu por conta dessa minha trajetória musical.
P – Após o lançamento de “Rensga”, você tem novos projetos engatilhados?
R – Para celebrar meus 30 anos de carreira, escrevi um monólogo. Com o título de “Meu Remédio”, a produção fala sobre a minha vida e minha origem árabe. Vou estrear ainda esse ano em Juiz de Fora e vamos rodar um pouco o interior. Acho que ano que vem, depois do Carnaval, devemos vir para o Rio de Janeiro com a peça. Também tenho projeto no streaming, mas ainda não estou podendo falar.
“Rensga Hits” – Primeira e segunda temporadas disponíveis no Globoplay.
