Sábado, 21 de Dezembro de 2024

Opinião Sexta-feira, 15 de Dezembro de 2017, 00:00 - A | A

15 de Dezembro de 2017, 00h:00 - A | A

Opinião /



Professor Dr. José Antonio Tobias

O Prof. João, que eu não via há tempo, entrou no meu gabinete adentro e todo jovial me saudou dizendo:
“Bom dia, Prof. Tobias!”
Respondi, quase assustado:
“Bom dia, Prof. João!”
E, todo sorridente, acrescentou o Prof. João: “Professor, trago-lhe uma grande notícia, da qual o Sr. e toda pessoa que gosta de ensino de qualidade e de ensino presencial vai gostar: Começou a ida de alunos do ensino a distância para o ensino presencial!”
Esta última frase, o Prof. João disse-a de modo pausado e vagaroso.
Há cerca de dez anos, os cursos a distância, trazidos por gigantes com a Kroton, Estácio de Sá, Unopar, Unigran, Unip e Uniasselvi, todas estrangeiras de fora de Mato Grosso, chegaram por aqui. Essas gigantes, donas de milhões na Bolsa de Valores, compraram tudo e todos. De Cuiabá até aqui, voraz e rapidamente engoliram todas as faculdades particulares; sobraram a UNIFLOR e a FASIPE, de Sinop. Aqui, de nossas Faculdades, apesar de seus vinte anos de honrosa tradição, mataram o Curso de Letras, de Pedagogia, de Administração e de Ciências Contábeis. E hoje, no final de 2017, depois de solapar o Curso de Agronegócio, estão tentando destruir, também o Curso de Engenharia Civil, espalhando a “besteira” (que sempre engana bobos!) de que um Curso de Engenharia Civil a distância é melhor do que um Curso de Engenharia Civil presencial e sério, como é o da Faculdade de Direito de Alta Floresta (FADAF).
Prezada(o) Leitora(or), vou contar-lhe rápido três histórias a propósito de curso a distância: uma referente ao Curso de Pedagogia, outra ao Curso de Letras e a terceira ao Curso de Ciências Contábeis.

A primeira, referente ao Curso de Pedagogia: numa escola de Nova Monte Verde, contrataram três professores no início do ano, dois deles, formados em curso a distância; antes de acabar o semestre, por conta própria, estes dois professores foram embora porque não sabiam dar aula. Um professor do Curso de Letras, formado na UNIFLOR, em Letras, contou-me agora que tirou três meses de férias e foi substituído por uma professora formada em curso a distância mas teve suas férias interrompidas porque a referida professora teve que ser afastada por não saber dar aula. Quanto à história do Curso de Ciências Contábeis, o coordenador de um Curso de Ciências Contábeis me contava estar agradavelmente surpreso pelo número de inscritos para o vestibular de agora, do final de 2017 que vinha de cursos de Ciências Contábeis a distância total ou parcialmente feitos.
Primeira conclusão: antigamente e até há pouco, o caminho, no ensino superior, só era trilhado por gente indo dos cursos presenciais para os cursos a distância. Hoje, o caminho começa a ser invertido: dos cursos a distância para os cursos presenciais e, pelo que dizem, o movimento tende a avolumar-se.
Segunda conclusão: os cursos a distância vieram para ficar e vão ficar. Mas, seu reinado de triunfo e de obrigar o fechamento de cursos presenciais parece estar chegando ao fim.
Terceira conclusão: os dois cursos, presenciais e cursos a distância, vão ficar e coexistir para sempre na educação brasileira, cada um com seu quinhão, tendo hoje a tendência – só nas cidades grandes onde existem os dois – de fechar ou diminuir cursos a distância e de começar a volta ou a tendência de volta para os cursos presenciais.
Quarta Conclusão: na cidade ou localidade onde não existe curso superior presencial, como acontece na grande maioria dos municípios do Nortão, os cursos a distância acabaram constituindo-se numa abençoada novidade, uma feliz criação e o único meio do cidadão conseguir o seu diploma de ensino superior.

Professor Dr. José Antonio Tobias é diretor da Faculdade de Alta Floresta. E-mail: [email protected]

Comente esta notícia

Rua Ivandelina Rosa Nazário (H-6), 97 - Setor Industrial - Centro - Alta Floresta - 78.580-000 - MT

(66) 3521-6406

[email protected]