POR CAROLINE BORGES TV PRESS
Uma carreira extensa pode apresentar diversas possibilidades estéticas e de conteúdo ao longo dos anos. Ainda assim, Leandro Hassum sempre buscou se manter fiel ao seu humor popular durante seus 27 anos de trajetória profissional. Atualmente no ar como o malandro Genésio, de "Chapa Quente'', o ator passou por diversos programas, como "Zorra Total", ''Os Caras de Pau", ''Dentista Mascarado", ''Divertics" e a novela "Geração Brasil''. Porém, durante suas experiências na tevê, ele tinha plena consciência de qual vertente investir para manter seu público original. "Não mudei nada desde o início. Sou a mesma coisa de sempre. Fiz sucesso com humor popular e não vou trair meu público. Faço para eles. Tenho prazer nisso'', explica. Na atual leva de episódios da série escrita por Cláudio Paiva, Genésio decide investir em um novo negócio ao reformar e administrar o Jurema Hall, fictícia casa de shows da trama. "É importante trazer essa carga sociopolítica do Brasil atual para o programa. Refletir a realidade do público. Mas tudo com humor", aponta.
P – Como você avalia a primeira temporada de "Chapa Quente''?
R – Foi uma temporada de estreia muito feliz. Serviu para ir alinhando esses personagens e pegando mais intimidade com eles. Nesta segunda temporada, pudemos entender melhor o texto e o público que temos. A primeira temporada foi muito corrida. Quase não tivemos tempo de preparação. Fomos consertando o avião no ar.
P – Como assim?
R – Todo programa novo passa por um processo de adaptação. O próprio público se sentia órfão com o fim de "A Grande Família". Agora, temos uma série mais popular e com uma pegada mais família, mostrando os dilemas de um casal com um filho recém-nascido. Temos uma estética bacana, mais liberdade em cena e podemos mostrar nossa ''persona'' cômica. Trago mais do meu humor e da minha comédia popular.
P – Mas vocês chegaram a receber críticas do público sobre a primeira temporada?
R – Não foram críticas ou queixas. Foi uma conclusão da redação, de direção e do elenco sobre o tipo de programa que queríamos levar ao ar. Tudo virou uma unidade. Temos um programa em que todas as partes estão na mesma engrenagem.
P – "Chapa Quente" é seu primeiro trabalho na tevê após a cirurgia bariátrica. Ao longo desse período na série, você sentiu necessidade em mudar a forma de fazer humor?
R – Sou o mesmo de sempre. Quando se fala muito sobre uma coisa, as pessoas começam a achar que é verdade. Antes da cirurgia, ouvi de amigos e familiares que eu iria perder a graça. Qualquer um tem o direito de pensar que eu perdi a graça depois de magro, mas ninguém tem o direito de falar isso na minha cara ou me ofender através das redes sociais, por exemplo. Operei por questão de saúde. Queria continuar ágil em cena. Mas meu humor será sempre o mesmo.
P – Atualmente, você está no ar na reprise de "Os Caras de Pau", ao lado de Marcius Melhem. A produção conta com bons índices de audiência. Há chances de vocês voltarem a trabalhar juntos?
R – Por conta das agendas, acho muito difícil. Temos programas diferentes dentro da Globo e a própria emissora nos vê de forma separada. Mas isso não impede que, daqui a algum tempo, a gente volte. Nem preciso ler o texto para trabalhar com o Marcius. É o ator que mais tenho química ao longo dos meus 27 anos de carreira. Ele é o homem da minha vida (risos).
"Chapa Quente'' – Globo – Quinta, às 22:30 h.