por Márcio Maio TV Press
Pode-se dizer que a carreira de Luan Argollo ainda dá seus primeiros passos na televisão. Mas é inegável o quanto o baiano, nascido em Ilhéus e que fará 27 anos em julho, tem conseguido aproveitar ao máximo as portas que se abrem para ele. A estreia na tevê se deu em 2022, como o popular Plínio da série “Todas as Garotas em Mim”, da Record.
Ano passado, garantiu sua presença em “Elas por Elas” na pele do odiado Bruno, personagem que morreu na última reunião das sete protagonistas da trama, 25 anos antes do reencontro que abriu os trabalhos no remake. E não fazia ideia que, posteriormente, ganharia um papel também nas cenas contemporâneas da adaptação assinada por Thereza Falcão e Alessandro Marson.
“Quando entrei, só sabia do Bruno. Aí, me chamaram para fazer o Marcos e foi uma grande oportunidade, porque ele aparece muito mais e tem mais camadas”, valoriza.
Na história, Marcos é filho biológico de Bruno e da calculista Helena, personagem de Isabel Teixeira e, nos flashbacks, vivida por Fernanda Lasevitch. No passado, ela foi chantageada pelo amante quando enganou o ingênuo Jonas, então interpretado por Dani Flomin e agora defendido por Mateus Solano, que acreditava ser o pai do bebê que ela esperava. Ou seja, Marcos está diretamente envolvido com diversos núcleos da história. O que também exigiu um trabalho de composição bem mais detalhado.
“Eu tinha um grande desafio que foi pedido pela direção da Amora (Mautner): diferenciar Bruno e Marcos no ritmo e na personalidade. Essa foi a minha maior dificuldade, mas também me ajudou muito porque me fez ver o Marcos nesse outro lugar, que é bem distante do Bruno”, avalia.
Quando começaram os trabalhos para “Elas por Elas”, Luan apostou no lado sedutor e no fato de Bruno estar, direta ou indiretamente, envolvido com todas as protagonistas da novela. Sua leitura foi a de um comportamento abusivo, sim, mas atraente.
“Fui para um lado mais corporal e de fala também, de um brilho que cega. Ele acaba machucando de tanta intensidade que carrega”, conta. No retorno com um papel distinto, o caminho foi outro.
“Marcos funciona em outro ritmo, outra embocadura. E tem a questão socioeconômica, que é muito importante: Bruno é de uma família que tem grana. Já o Marcos, nem família teve. Isso diferencia ainda mais os dois e faz parte da minha composição”, entrega.
Fisicamente, para diferenciar os dois papéis, Luan usa peruca e lentes. Nos capítulos que já foram exibidos, Marcos descobriu ser filho de Helena, mudou-se para a casa dos Aranha e flutuou entre atitudes bem maldosas e outras de bravura e coragem, como quando fez de tudo para salvar de um sequestro o casal Taís e Pedro, personagens de Késia e Alexandre Borges. Mesmo assim, Luan não faz ideia se dá para esperar uma redenção para Marcos ao final.
“Não sei, é uma obra aberta. Torço muito para que tenha, sim, uma redenção. E que ele possa aprender com as atitudes e também que as consequências chegam”, avisa.
No entanto, se tem um traço de Marcos do qual Luan não tem dúvidas é a sede de justiça que ele carrega desde o momento em que percebeu ter sido trocado na maternidade com Giovanni, personagem de Filipe Bragança.
“Ele vê que a vida dele inteira foi injustiçada, que era para ele viver em outro lugar, que era para outra pessoa ter vivido a vida dele. Então, luta pelos direitos e vai, com sangue nos olhos, encarar essas pessoas que foram responsáveis por isso, sem abaixar a cabeça”, garante Luan, que já tinha feito participações em “Malhação” e em “A Dona do Pedaço”, na Globo.
“Elas por Elas” – Segunda a sábado, na faixa das 18h da Globo.
