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Política Quarta-feira, 09 de Abril de 2025, 14:50 - A | A

09 de Abril de 2025, 14h:50 - A | A

Política / Qual o verdadeiro alcance dessa página?

Não se faz essa relação de 29 mil seguidores com quase 24 mil votos!

O vice-prefeito de Alta Floresta, Robson Quintino, diz que há vários pontos no processo que cassou o seu mandato e do prefeito de Alta Floresta, que não foram devidamente analisados antes da emissão da sentença



José Vieira
Mato Grosso do Norte

O vice-prefeito e secretário de Governo da prefeitura de Alta Floresta, Robson Quintino (MDB), em entrevista exclusiva ao jornal Mato Grosso do Norte, nesta segunda-feira, 7, em seu gabinete na Prefeitura, afirmou que simultâneo à defesa na ação que cassou seu mandato e do prefeito, a preocupação da gestão municipal, é seguir em frente com os trabalhos que vem sendo implementados no município.

Confiante que todos pontos do processo que na sua opinião deveriam ter sido melhores analisados na fase de instrução, possam ser esclarecidos por colegiado em segunda instância, a gestão, segundo Robson, não vai sentar para esperar o que irá acontecer. As entregas continuam e o clima na prefeitura é de tranquilidade, apesar do susto inicial.

O ritual da defesa, conforme Robson, primeiro foi de entrar com o Embargode declaração na Justiça de Alta Floresta, protocolado na semana passada. E após isto, entrará com o recurso em segunda instância em Cuiabá, para a análise em colegiado.

Estamos com o coração tranquilo e sabemos o quê a gente entregou. Fizemos o que poderíamos fazer de melhor

Porém, enquanto isto, o vice-prefeito assegura que segue trabalhando, pois não se sabe se este processo demorará 4 meses, um ou dois anos e até mesmo 4 anos.

“Tem caso que arrolam por 4 anos. Estamos com o coração tranquilo e sabemos o quê a gente entregou. Fizemos o que poderíamos fazer de melhor. Temos muita confiança no recurso e a gente não vê essa gravidade que falam. Acreditamos que numa segunda instância conseguiremos esclarecer, pois terá ambiente mais amplo para discutir a sentença”, pondera.

Sentença - Para ele, algumas partes do processo teriam que ser melhores elucidadas, com oitivas por parte da justiça eleitoral e questionamentos para esclarecer dúvidas do que foi denunciado. No entanto, diz que a ação foi acatada, e que tiveram 5 dias para fazer a defesa. E aí então, veio a sentença, que admito que não esperava nesta proporção.

“Poderia ter sido muito mais trabalhado para evitar uma decisão tão desproporcional. Mas falamos sem jamais desrespeitar a magistrada ou a justiça”, observa.

“A gente aceita a sentença, questionamos desproporcionalidade, pontos que achamos que podemos divergir, mas nosso foco agora é o Embargo de declaração. Nosso jurídico nos orienta a não desdobrar sobre tese jurídica e ter tranquilidade porque cumprimos os requisitos legais e todas as exigências preconizadas pela Justiça, para que a gente possa se candidatar. E informamos de onde iria sair nossa propaganda. A questão é como se tivéssemos cometido abuso de meio de comunicação. Mas em nenhum momento fizemos publicidades negativas, diferente de nosso opositor que fez muitas. Não usamos robôs para disseminar material”, pontua Robson, acentuando que na segundo instância será o ambiente adequado para esclarecer todos os pontos no âmbito do processo, de forma profícua.

Troca da página - O principal motivo da sentença que cassou o prefeito e o vice-prefeito de Alta Floresta está sedimentada na troca de uma página reserva no Instagram, do Alta Floresta Mil Grau, para o uso de divulgação dos atos de campanha.

Entretanto, Robson nega com veemência qualquer tipo de abuso ou ato indevido na transferência, reiterando que todo o ritual legal foi cumprido à risca pela campanha do prefeito.

De acordo com ele, não tinha fluxo na página, que estava parada há muito tempo e foi zerada antes de começar a ser usada na campanha eleitoral do prefeito.

Por conseguinte, observa que deveria ter sido elucidado na ação, que dos 30 mil seguidores [arredondando o número, que era pouco mais de 29 mil] apenas 17 mil eram de Alta Floresta.

“Não é uma realidade essa totalidade de 30 mil. E isto sequer foi averiguado para não sair esta gravidade. E quando avisamos para a justiça eleitoral que começaríamos a usar o perfil, tem um DRAP [Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários] que a gente manda para a Justiça eleitoral informando”, enfatiza.

Conforme ele, é subjetivo avisar para os seguidores que o perfil seria mudado. “O trato em falar olha, estou aqui vou mudar, ou alguma coisa assim, é muito subjetivo. Por isso, não entramos na defesa da tese jurídica, porque tem muita subjetividade. Mas colocamos o que a gente consegue afirmar”, diz.

Para ele, há dúvida do Judiciário em mencionar qual é, de fato, a gravidade da página. E não foi feito o trabalho por parte do judiciário em analisar qual a dimensão de seu alcance.

“Um pouquinho mais da metade é de Alta Floresta. Mais de 45% dos seguidores daquela página não era de Alta Floresta. E quase 3 mil das contas eram CNPJ, que também são perfis que não votam. E qual o engajamento desta página?”, questiona.

“Um perfil de 5 mil seguidores, por exemplo, não são todos que veem seu conteúdo todos os dias. O engajamento é muito inferior. E quando se publica uma coisa bacana, que é curtida por 5 mil seguidores, não são todas positivas. Portanto, essa relação de algoritmos e alcance que é facilmente mensurado, não foi feito pela justiça eleitoral”, aponta.

Ele contesta a afirmação que houve um benefício de 82,46% em votos porque tinha esta página no Instagram.

Um perfil de 5 mil seguidores, por exemplo, não são todos que veem seu conteúdo todos os dias. O engajamento é muito inferior

“Não é isso. A campanha não é só na rede social. Isto é apenas uma pequena movimentação da campanha. Tem um movimento de articulação, de reuniões e movimentos sociais. Não teve nada de anormal e a justiça eleitoral tinha ciência de uma pesquisa registrada, no início do ano passado, que mostra uma diferença muito grande do Chico sobre os demais concorrentes, inclusive do que disputou a eleição. Tinha um cenário bem definido e a Justiça Eleitoral tinha essa informação”, rememora.

Para ele, poderia ser que tivesse algum ato que poderia ser questionando como propaganda irregular, talvez uma multa, mas não ser colocado como fator de vitória e uma discrepância a ponto de cassar os mandatos e deixar os gestores inelegíveis.

“O cenário [favorável ao prefeito] estava muito posto e o potencial desta página não é tudo isto que foi colocado. E não se faz essa relação de 29 mil seguidores com quase 24 mil votos. Não existe isto!”, rebate.

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ABRAHAO LINCON 09/04/2025

Furtar um milhão ou furtar um mil, não deixa de ser furto, se a página tinha trinta ou cinco e foi usada de forma irregular todos tinham consciência que estavam irregular, porta tanto a justiça eleitoral tem que fazer sua parte,cabe a defesa provar o contrário.

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