Sábado, 22 de Fevereiro de 2025

Política Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2025, 14:34 - A | A

20 de Fevereiro de 2025, 14h:34 - A | A

Política / DIEESE FAZ AS CONTAS

Sindicatos mobilizam forças para garantir reposição de perdas salariais



 

Reportagem

Mais de 20 sindicatos que representam mais de 100 mil servidores públicos em Mato Grosso, liderados pela Federação Sindical de Servidores Públicos (FEESP/MT), estão mobilizados para conseguir negociar este ano a recomposição das perdas das RGAs (Revisão Geral Anual) não pagas ou pagas parcialmente pelo Estado nos últimos anos. Federação, sindicados e associações de servidores contrataram o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) para elaborar o estudo e indicar o percentual exato das perdas. O trabalho será concluído em 30 dias.

 As perdas ocorreram porque em alguns anos, especialmente entre 2019 e 2021, não houve pagamento algum de RGA. Havia inclusive um Decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro, em função do período da pandemia, congelando qualquer tipo de reajuste salarial. Em outros anos, as recomposições salariais foram parciais. Somente a partir de 2024, após luta e derrubada de veto na Assembleia Legislativa, o Estado passou a pagar a integralidade da revisão salarial anual.

 

Para a presidente da FEESP, Carmem Machado, a dificuldade de negociação com o Estado fez crescer o sentimento da necessidade de um movimento unificado das forças sindicais, dando rumo às reivindicações das categorias. Segundo ela, a contratação do DIEESE vai ao encontro desta proposta. "O Dieese tem credibilidade, tem história, é respeitado por instituições federais e estaduais, e vai nos apresentar números que serão acatados por todos do movimento sindical", indica a presidente, avaliando que isso pode facilitar as conversações. 

 

A avaliação geral entre os servidores é a de que as categorias vem dando há anos suas cotas de contribuição para o ajuste fiscal que o Estado conquistou em suas finanças. Para o movimento sindical, chegou a hora - agora -  de o Estado discutir com os servidores as perdas quer ficaram neste caminho. "A gente sabe que não é possível que se pague todo os passivos de uma vez, mas acreditamos ser possível sentar à mesa e negociar uma recomposição de forma escalonada", diz a presidente.

 

O presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil (Sinpol/MT), Gláucio Castañon, considera fundamental o apoio efetivo da Assembleia Legislativa à reivindicação. Ele diz estar vendo boa vontade do Poder Legislativo em intermediar a negociação. "A Assembleia criou uma comissão interna e estamos muito otimistas. Vários deputados já declararam apoio. Vamos conversar com todos, mostrar que reivindicamos o mínimo necessário. Não estamos falando em ganho real algum, queremos apenas o que perdemos", pontua o presidente do Sinpol. 

 

Deputados manifestam apoio

 

A comissão do Legislativo estadual foi instituída no último mês de janeiro e é composta por cinco parlamentares: Janaína Riva (MDB), Lúdio Cabral (PT), Carlos Avalone (PSDB), Elizeu Nascimento (PL) e Dr. Gimenez (PSB). A  meta acompanhar as discussões sobre os índices de perdas que serão apresentados, bem como servir de 'ponte' de negociações entre servidores e governo estadual. 

 

“Decidimos formar uma comissão de trabalho com os deputados estaduais e a Federação dos Servidores Públicos de Mato Grosso para que a gente possa estudar juntos as perdas salariais que os servidores vem sofrendo ao longo dos anos aqui em nosso estado e formularmos uma proposta para o que governo sente e negocie uma forma de pagamento", informa a deputada Janaína Riva. Ela analisa que a perda de poder aquisitivo do funcionalismo é notório. "O servidor está endividado. Comprometia 35% do seu salário com empréstimos até 2019, e a partir desse ano esse comprometimento foi para 60%. É um assunto que precisa ser tratado", admite a deputada. 

 

O deputado estadual Paulo Araújo (PP)  também defende a necessidade de o governo dialogar e buscar a recomposição das perdas. Paulo Araújo, que é servidor concursado do Estado, diz que vai ser preciso apresentar para o deputados de forma clara também as perdas salariais. O entendimento é necessário, diz ele, para que as forças sindicais tenham o apoio necessário em plenário para a aprovação de qualquer projeto de recomposição. 

 

ALMT

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 Deputados criaram comissão interna para acompanhar e servir de 'ponte' entre servidores e Estado.

 

Atual primeiro-secretário da ALMT, Dr. João confirma que a criação da comissão interna de avaliação de recomposição salarial do funcionalismo foi acordada com representantes dos servidores. "Eu e o deputado Eduardo Botelho iniciamos este trabalhado e ficou combinado que a Assembleia Legislativa faria esta aproximação, abriria um canal de negociação entre servidores e governo, e é isso que estamos fazendo", informa Dr. João.  

 

Vanderson Ferraz/AL-MT

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Mobilização na AL-MT

 

 

 

 

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