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Caderno B Sexta-feira, 30 de Agosto de 2024, 08:54 - A | A

30 de Agosto de 2024, 08h:54 - A | A

Caderno B / VITRINE

Palanque da vida

Danton Mello celebra retorno do sucesso “Cabocla” na faixa “Edição Especial”



por Geraldo Bessa TV Press                

Seja pelo valor artístico, repercussão popular ou clima nos bastidores, alguns trabalhos marcam profundamente a trajetória de seus intérpretes. Para Danton Mello, qualquer reprise de “Cabocla”, por exemplo, é como uma volta no tempo. Original de 2004, o bem-sucedido remake da obra de Benedito Ruy Barbosa já foi anteriormente reprisado pela Globo no “Vale a Pena Ver de Novo”, em 2008, e pelo canal pago Viva!, em 2020. Agora, acaba de retornar à tevê aberta na faixa saudosista “Edição Especial”. Na trama, Danton é Neco, o idealista e progressista filho do tradicionalista Coronel Justino, papel de Mauro Mendonça. “É uma novela que fala de amor e política de forma muito criativa e contundente. O texto era incrível, o clima nos bastidores era dos melhores e a trama caiu no gosto do povo. Então, tenho lembranças maravilhosas desse trabalho e até hoje as pessoas me param para falar sobre o Neco. Fico feliz com este retorno”, destaca.                

Depois de se formar em Direito na cidade grande, Neco volta à fictícia Vila da Mata cheio de novas ideias para melhorar a vida do povo da região. Durante a viagem de trem, ele conhece e logo se apaixona por Belinha, de Regiane Alves. A evidente sintonia do casal, entretanto, fica estremecida quando ele descobre que ela é filha do Coronel Boanerges, de Tony Ramos. Rivais históricos, Boanerges e Justino mandam e desmandam na região e se mostram completamente contra o envolvimento amoroso de seus rebentos, em uma espécie de “Romeu e Julieta” da roça, que roubou a cena durante a exibição. “O amor do Neco e da Belinha era tido como impossível. Aos poucos, eles foram moldando a situação. Esse amor nasce para combater o ódio entre famílias e o coronelismo”, avalia o ator, que destaca o alto nível de dedicação para as cenas de palanque do personagem, que se torna uma potência política da região. “O Neco era um cara de vanguarda, queria mudar o mundo, a situação da sua cidade. Me lembro muito das cenas de comícios e dos discursos. Eram sequências de três, quatro páginas para decorar”, conta.                

Vinte anos depois da estreia de “Cabocla”, Danton não tem do que reclamar dos rumos de sua carreira. Sempre envolvido com algum projeto na tevê, teatro e cinema, atualmente pode ser visto na dramática “Justiça 2”, do Globoplay, onde vive o amargurado Abílio. Na história de Manuela Dias, o trágico personagem teve de lidar com a morte da esposa e a vida de pai solo de Felipe, papel de Filipe Bragança. Anos mais tarde, ele sente que fracassou na paternidade ao ver o filho viciado em drogas e se tornando traficante. O assassinato de Felipe leva Abílio a tomar decisões drásticas e pouco nobres. “Me emociona transpor para as telas uma história tão triste como essa. A gente quer proteger nossos filhos a qualquer custo, e diante de situações tão duras, o que refletiu no Abílio foi a total impotência”, ressalta.                

Mineiro da pequena cidade de Passos, Danton estreou na tevê como o esperto Cuca do sucesso “A Gata Comeu”, de 1985. Ao lado do irmão, o ator e diretor Selton Mello, Danton cresceu nos bastidores da televisão. Com passagens por emissoras como SBT e Manchete, foi na Globo que ele construiu uma carreira baseada na versatilidade, com personagens de destaque em produções como a primeira temporada de “Malhação”, “Torre de Babel”, “Caminho das Índias” e “Pega-Pega”. Atualmente, aos 49 anos, ele se prepara para viver o sofrido Raimundo de “Garota do Momento”, próxima novela das seis. “Sou um ser de televisão. Fiz de tudo um pouco ao longo desses quase 40 anos de carreira. Acredito que seja um privilégio. Ainda me surpreender com convites e personagens depois de tanto tempo de serviços prestados”, garante, entre risos.  

Cabocla” – Globo – de segunda a sexta, às 15h.

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