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Caderno B Sexta-feira, 06 de Dezembro de 2024, 08:59 - A | A

06 de Dezembro de 2024, 08h:59 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Sem filtro

André Câmara valoriza o foco de “Volta por Cima” no Brasil revelado nos dados do IBGE



por Márcio Maio TV Press                

Desde sua estreia, em 30 de setembro, “Volta por Cima” tem mantido a faixa das 19h da Globo com uma audiência interessante para os padrões atuais de comportamento dos telespectadores. O folhetim, escrito por Claudia Souto, acumula média geral de cerca de 20 pontos, ou seja, muito perto dos 20,7 registrados pela antecessora “Família É Tudo”. E o apelo popular forte e a aposta em uma identificação mais realista com a população brasileira podem melhorar esse cenário.

São histórias do povo. ‘Volta por Cima’ fala de sonhos, de propósitos, dos desafios de todo brasileiro. Fazer essa novela é dar mais um passo na construção de um imaginário mais brasileiro, mais democrático”, frisa o diretor artístico André Câmara.

P – O que “Volta Por Cima” tem para conquistar o público?

R – A novela fala, acima de tudo, de sonhos e de propósito. E “dar a volta por cima” é, eu diria, a frase principal dessa trama. Acho que é o desafio de todo brasileiro e isso está presente nas histórias dos nossos personagens. Tem uma frase que eu gosto muito: “a imagem cria o imaginário”. Fazer essa novela é dar mais um passo na construção de um imaginário mais brasileiro, de um imaginário mais democrático, mais em harmonia com os números do IBGE, por exemplo.

À medida em que a gente coloca histórias de pessoas do povo, de brasileiros, a gente traz essas histórias para o primeiro plano. E a gente tem como cenário principal uma empresa de ônibus. O protagonismo está nas pessoas que fazem a roda girar, literalmente. São as vidas dos motoristas, dos fiscais, dos despachantes, da filha do motorista. Com suas subjetividades, seus desejos, seus amores, seus conflitos.

E temos também outras histórias, outros núcleos, com muito humor, com muita leveza.

P – Como foi o processo de escalação do elenco? O que você buscou nesses atores?

R – Esse elenco é composto por uma variedade de talentos, com nomes consagrados da dramaturgia, talentos que vêm da música, nomes que estamos lançando. Essa convivência no set é rica para quem está trabalhando, mas também para quem vai ver nas telas.

Pensamos na diversidade na construção desses personagens, para que o Brasil seja cada vez mais bem representado na dramaturgia. Estamos retratando pessoas que ocupam lugares de diversas regiões do Rio de Janeiro, desde o subúrbio, cenário principal da novela, passando pela Zona Sul e a Barra Tijuca. Embora nossa história se passe em terras cariocas, essa mistura de personagens se dá em outras cidades brasileiras.

P – E na estética?

R – “Volta por Cima” tem como referência a beleza da obra um artista chamado Zéh Palito, que começou a sua carreira pintando murais em alguns interiores de São Paulo. Ele sempre pintou pessoas do povo: pretos, indígenas, amarelos. Essa presença forte da representação de minorias étnicas, com destaque para pessoas negras e indígenas, em conversa com o tropicalismo brasileiro, é uma estética que celebra a negritude em esferas tanto políticas e públicas quanto íntimas e pessoais, o que casa muito bem com o que buscamos na novela.

P – Como foi a escolha do casal protagonista, formado por Jéssica Ellen e Fabrício Boliveira.

R – Esse espaço pertence a grandes talentos. Fabrício é um ator com quem eu sempre quis voltar a trabalhar depois da experiência que tivemos em “Boogie Oogie”. Jéssica também é uma atriz que admiro muito, sempre tive vontade de trabalhar com ela. É a primeira vez e estou gostando. Uma menina talentosa, estudiosa e aplicada. Os dois estão muito motivados para fazer essa novela.

P – “Volta Por Cima” tem uma trama realista, com fortes pontos de identificação do público. Como isso impactou o trabalho da equipe de produção?

R – Claudia Souto está trazendo as histórias do povo para o primeiro plano. Histórias de pessoas com quem a gente poderia cruzar dentro de um ônibus, no metrô, nas ruas, nos subúrbios das nossas cidades. O nosso desafio é como contar essa história de uma forma leve, divertida, colorida. Então, buscamos inspiração estética no próprio subúrbio e nas pessoas. A gente foi a Madureira, a Marechal Hermes e outros bairros para sentir o calor e a cultura dessa região que pretendíamos retratar.  

Volta por Cima” – Globo – Segunda a sábado, na faixa das 19h. Reprise alternativa na madrugada.

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