Assessoria
“Nós cumprimos nosso dever de trazer o secretário aqui para fazer esclarecimentos, demos voz aos profissionais e pais de alunos, mobilizamos as comunidades escolares. Mas o secretário deu respostas evasivas. Vamos continuar pressionando para realizar mudanças na portaria”, disse Lúdio após a sessão. Um dos encaminhamentos da convocação foi agendar para o início de dezembro uma reunião de trabalho com o Sintep e a Seduc, mediada pela Assembleia Legislativa, para propor as alterações necessárias na portaria.
Foram apresentados também documentos com as reivindicações de várias categorias com os pontos a serem revisados na publicação. O presidente do Sintep, Valdeir Pereira, cobrou a republicação da portaria, com as alterações solicitadas pelos trabalhadores da Educação e ampliação do quadro de funcionários previstos para cada função nas escolas.
“Com a nova portaria, cada merendeira vai ser responsável por 250 alunos. Tenho que cozinhar às pressas, lavar, fazer quantitativo dos alunos, em 6 horas de trabalho. É um trabalho escravo. Eu não vou conseguir. Isso sem contar os acidentes, panela de pressão que explode, cozinhas super quentes que chegam a 50 graus. Somos seres humanos e não máquinas de trabalho. A gente preza por levar ao aluno alimentação de qualidade”, relatou Célia Aparecida Costa, que é merendeira em uma escola em Jangada.
A servidora Devanice, que trabalha no apoio de limpeza em uma escola em Várzea Grande, criticou os novos parâmetros para o serviço. “Colocar um profissional para limpar 600 metros quadrados em uma escola é desumano com todos nós. Eu inclusive estou trabalhando doente. Alunos querem encontrar sala limpa, carteira limpa, fora os outros ambientes da escola”, disse.
A professora Lucimeire, que é vereadora em Confresa, reforçou a fala das profissionais. “Eu gostaria que as pessoas que escreverem essa portaria fossem para dentro da escola carregar uma panela de 30 quilos para lavar depois de cozinhar, subissem e descessem rampa com balde para limpar. Isso é desumano”, declarou.
Outra categoria prejudicada pela portaria são os vigias noturnos, que não terão mais essa função e deverão ser transferidos para o período diurno, sem o adicional noturno e em desvio de função. “Fazem portaria botando a gente de dia para economizar. Como que economiza na educação? Não consigo entender. Quer tirar o vigia do turno da noite para economizar 300 reais. Nós somos vigias noturnos e somos contra trabalhar no período diurno”, afirmou o vigia Sebastião Ronei.
Crianças com deficiência
Dilma, mãe de uma aluna autista e representante das mães de alunos das escolas especializadas em crianças com deficiência, leu uma carta destacando a importância de manter a equipe multidisciplinar permanente em cada escola especializada, para o desenvolvimento desses estudantes. “A escola tem que ser um ambiente seguro e humano. Minha filha é autista grau 3 e jamais conseguiria desenvolvimento com equipe itinerante que vai só uma ou duas vezes na escola”, afirmou.
Diante das cobranças ouvidas na sessão, o secretário de Educação afirmou que vai manter as equipes exclusivas para cada escola especializada em alunos com deficiência. Lúdio, que é médico sanitarista, destacou a importância do acompanhamento especializada para o desenvolvimento dessas crianças. “Conseguimos avanço na pauta das escolas especializadas em crianças com deficiência, a Seduc se comprometeu a manter as equipes multidisciplinares em cada escola. Não tem sentido retornar ao passado de ter equipes itinerantes”, afirmou o deputado.