José Vieira
Mato Grosso do Norte
Um problema polêmico que permeava subjacente nas repartições públicas municipais de Alta Floresta, acabou emergindo na semana passada, através de pronunciamentos de vereadores, durante a sessão da Câmara Municipal, realizada na terça-feira, 1.
Conforme os vereadores que se pronunciaram sobre a questão, a perseguição e exposição de servidores a constrangimentos nas secretarias municipais de Alta Floresta, perduram do mandato passado, mas se acirraram no novo mandato da atual gestão.
Servidores públicos municipais vêm sofrendo assédio moral e perseguição, por parte de seus superiores, segundo estes vereadores, que cobram o fim da atitude assediosa por parte dos gestores. Ou recorrerão à justiça.
O ex-líder do prefeito na Câmara, Claudinei Jesus (MDB), afirmou que há servidores sofrendo assédio por questões políticas, por ter apoiado determinados candidatos durante a eleição de 2024.
E também há secretários que se sentem ofuscados pelo desempenho de determinados servidores, e passam a persegui-los com receio de perderem o cargo.
à Mato Grosso do Norte, o vereador declarou que há assédio em quase todas as secretarias.
“Nenhum servidor deve viver sobre pressão. A forma como estão acuando o servidor é assédio moral. Porque o servidor apoiou o candidato tal, ou estão jogando num canto da prefeitura, sem ter atribuição. Há servidor o dia inteiro sem fazer nada. E secretários com medo do servidor se desenvolver mais do que eles, fazem questão de suprimi-lo”, dispara Claudinei.
Segundo o parlamentar, para se vingar de servidor, a gestão lhe manda trabalhar no cemitério.
“Ontem mais um foi para o cemitério, chorou e nem conseguiu falar comigo pelo telefone. Outra pessoa que veio me procurar. Agora, a penalidade da prefeitura é mandar trabalhar no cemitério”, aponta.
Ele assegurou que caso seja necessário, irá procurar o judiciário para defender os servidores. “É inadmissível essa situação na prefeitura de Alta Floresta, de tratar mal, humilhar e acuar servidor. Há muito tempo não havia isto. Há uma determinada secretaria em que o servidor não pode sequer bater o seu ponto para exercer seu direito de trabalho”, disse o vereador.
A vereadora Leonice Klaus (Republicanos), afirmou que há servidores que estão sendo descriminados e que não podem se manifestar. “Há funcionário que se abrir a boca é mandado embora”, disse.
Outra nuance deste quadro, conforme ela, é uma servidora da secretaria de Obras, que se destacou em sua função e foi transferida, porque o secretário temia que ela pudesse tomar o seu lugar.
O vereador Dida Pires (Cidadania) observou que a perseguição aos servidores é falta de respeito. Para ele, essa situação vem se repetindo e é momento de os vereadores se posicionarem e exigir uma solução.
“Até os vereadores da base estão engasgados com essa situação. É hora de bater na mesa. Quem tem que sair é o perseguidor e não o servidor que está lá fazendo seu trabalho. Há até servidores efetivos que estão sendo transferidos por perseguição eleitoral. Espero que não fique só no discurso e vamos resolver isto!”, assevera Dida.
Lei - Há uma lei municipal número 2786/ 2023 que dispõe sobre assédio moral no município de Alta Floresta, no âmbito da administração, que protege o servidor de superiores que atentam contra seus direitos e sua dignidade, como abusos verbais e difamação. E prevê penalidade.